Sem nome

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A última vez, que o vi fiquei pensando, ela falava e eu mais ainda. Perdi a coragem, que acabou indo com a chuva que caia em cima de nós.
Faremos um pacto silábico, de envergadura, sem meio - tom.
Aí, retomas o dom da palavra e deságua na madrugada nobre e fria, que acolhe gente serena e gatos jogados à própria sorte.
Sem mesura, cedo voz e ombro, para espantar sua tristeza e trazer à tona, o delicado sorriso que abranda o cotidiano tempestuoso e insensato.
Com isso jazem, lembranças da pequena, de tranças vermelhas, que há muito incensa seus sonhos.

5 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

"Aí, retomas o dom da palavra e deságua na madrugada nobre e fria, que acolhe gente serena e gatos jogados à própria sorte."

vou ficar um bom tempo pensando sobre esse parágrafo.

lindo demais.

p.s: adorei a indicação para filmes cults em seu profile.

Jorge dos Santos disse...

adoro acasos: os sustos e a nova familiaridade do cotidiano. valeu pela pequena rima que deixaste lá.
abraços

rebeca del rio disse...

as tranças vermelhas são uma imagem perturbadora. talvez tente desenha-las qualquer dia desses.

um beijo gostoso da rebeca del rio

.lmbr cltv.

Anônimo disse...

Oi Rebeca, obrigada pela visita e se fizer o desenho, por favor, me fale e o amostre se puder e quiser.