Para um Pai:
sábado, 30 de maio de 2009
Tudo de repente para: vírgula e quem sabe adiante um ponto final....
Num domingo de abril, imaginei que fosse dia dos pais, pois tive medo de ser piegas e render-me a mais um feriado comercial. Mais, tudo isso foi medo e angústia de ver vida do meu pai terminar no mundo material e seus olhos fecharem e nunca mais, poder lhe dar um abraço ou uma palavra afetuosa.
Um nó na garganta e me debulhei em lágrimas em uma rua vazia, por todo o hiato, que não poderá ser preenchido, somente a saudade do tempo, em que sua sanidade não estava embebida em destilados e em Delirium Tremens.
Silêncio e devotei aos céus, uma extensa e cadenciada canção. Sobre as lembranças de uma infância, ao lado de alguém que ao chegar das obras, não se importava de abrir os braços e nos abraçar, mesmo com as roupas cheias de cimento e suor, com os bolsos abarrotados de doces e ainda sim, cansado procurava saber como estava indo nossas tarefas escolares e ia depois disso, jantar conosco, mesmo que fosse um simples feijão com arroz, sem mistura.