Carta

sábado, 23 de maio de 2009

Para início de conversa, vou parafrasear um trecho da composição Inverno de Antônio Cícero e Adriana Calcanhoto.
“Faça longas cartas pra ninguém...”
Mais você me provocou a tal ponto, que deixou minhas palavras, tornaram-se visgos no canto de minha boca. Emudeci de raiva, os nobres sentimentos, viraram uma longa e afiada espada de Samurai, não senti vontade de cortar você, pois, ainda em mim, reside certo número de fragilidades, que por vezes faz desaparecer o espaço onde reside, minha beleza – a espontaneidade.
Sempre me dei melhor com palavras, do que até com outras pessoas, com os vocábulos posso moldá-los sejam, para serem tempestades ou dias ensolarados. Com a escrita, dou lugar ao que é essencial. Quando falo, por vezes me enveredo, por estradas sinuosas e derrapo, fico desnudada e indefesa, até diante de um caloroso abraço ou quando cerra de sua barba, em minha nuca.
Ser gentil e dar deveras atenção ao que dizes talvez sejam o melhor antídoto, para que ainda nossa amizade, mantenha – se luminosa e viva, mesmo com os cortes secos, que a claquete do destino dá, em nossas vidas.
Que esses escritos, não substituam as flores, e os beijos que deixe de dar-te, por pura vergonha dos monstros imaginários (medo da dependência, seja ela qual for), que me serpenteiam na madrugada.

3 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

um dia gostaria da velocidade de respostas in-loco que tenho em textos.

bom demais rosa.

Ígor Andrade disse...

Que bela carta!
Abraço!