Para um Pai:

sábado, 30 de maio de 2009

Tudo de repente para: vírgula e quem sabe adiante um ponto final....
Num domingo de abril, imaginei que fosse dia dos pais, pois tive medo de ser piegas e render-me a mais um feriado comercial. Mais, tudo isso foi medo e angústia de ver vida do meu pai terminar no mundo material e seus olhos fecharem e nunca mais, poder lhe dar um abraço ou uma palavra afetuosa.
Um nó na garganta e me debulhei em lágrimas em uma rua vazia, por todo o hiato, que não poderá ser preenchido, somente a saudade do tempo, em que sua sanidade não estava embebida em destilados e em Delirium Tremens.
Silêncio e devotei aos céus, uma extensa e cadenciada canção. Sobre as lembranças de uma infância, ao lado de alguém que ao chegar das obras, não se importava de abrir os braços e nos abraçar, mesmo com as roupas cheias de cimento e suor, com os bolsos abarrotados de doces e ainda sim, cansado procurava saber como estava indo nossas tarefas escolares e ia depois disso, jantar conosco, mesmo que fosse um simples feijão com arroz, sem mistura.

4 comentários:

Ígor Andrade disse...

Só a simplicidade me emociona. Gostei!
Abração!

Mr. Durden Poulain disse...

Este vale definitivamente um livro.

Tenho dito.

Eduardo Ferreira disse...

doce ao ponto de me desfazer em lágrimas...

mexeu muito comigo essas linhas rosa. lindo demais.

Mah disse...

essa relação com o pai.
ô troço complicado.

ô coisa que dói.